Educação Integral e Popular

Para o Instituto Nós do Brejo é importante que as pessoas se percebam como sujeitos da ação e com a tomada de consciência participem da construção de uma sociedade justa, nesse sentido o instituto vislumbra em todas as suas ações a prática pedagógica da Educação Popular.

A experiência de educação popular que na América Latina tem historicamente sistematizado através de diversas experiências a compreensão de que a tomada de consciência da realidade na qual os sujeitos estão inseridos é fundamental para o posicionamento que esses mesmos sujeitos terão diante dessa realidade. Steck et al (2014), ao se referirem à Educação Popular dizem que “palavras como conscientização, libertação, empoderamento, humanização emancipação, em lugares e tempos diferentes, procuram nomear os fins dessa educação”. Fontella e Machado, ao citar Paulo Freire – cujo é uma das grandes referências nas diversas experiências de educação libertadora – afirmam que:
A educação popular fundamentada por Paulo Freire vislumbra não apenas uma ação politicamente unitária. Ela não objetiva apenas criar novos quadros para um novo tipo de sociedade. A educação de Paulo Freire vislumbra uma proposta politicamente mais humana, de criar com o poder do saber do homem libertado, um homem novo, livre também de dentro para fora. Ou seja, busca promover a integração e participação dos sujeitos na construção da sociedade através de uma educação comprometida com consciência reflexiva e politização do indivíduo com o meio em que vive como sujeito ativo capaz de refletir e agir sobre ele. FONTELLA e MACHADO (2015).
Formação, conscientização, participação, mobilização são palavras movedoras das ações do Instituto Nós do Brejo, compreendemos que nossas ações locais podem interferir na nossa realidade local, sem perder de vista a realidade global, a qual nos atingem diretamente, uma vez que não estamos isolados das decisões macros, sendo assim, a conscientização é mais uma vez reforçada aqui, no sentido de não seguirmos alienados atribuindo as desigualdades sociais à simples fatalidade e não à que realmente são: consequências de um sistema que agrupa e classifica as pessoas, e assim as inclui ou as exclui em suas engrenagens, ou melhor, as inclui, porém em objetivos e funções desiguais.

O esporte educacional:

A conceituação de esporte-educação ou esporte educacional surge a partir da Carta Internacional da Educação Física, discutida e elaborada pela Unesco, que renovou os conceitos do esporte em função da reação mundial pelo uso político do esporte durante o período da chamada guerra Fria.
O esporte educacional é conjunto de ações que faz uso de diversas modalidades esportivas e procura transcender a visão do esporte como performance e como busca por resultado. Está fundamentado em valores como co-educação, emancipação, participação e cooperação entre os sujeitos que o praticam.
Outra característica do esporte educacional é que ele se baseia em princípios da educação não formal, ou seja, de forma de institucionalizada (não segue padrões das federações internacionais das modalidades esportivas), adaptando regras, estrutura, espaços, materiais e gestos motores de acordo com as condições sociais e pessoais do local onde está sendo praticado.
O esporte educacional é uma das ferramentas que o Instituto utiliza no processo de fortalecimento do protagonismo de crianças e adolescente para superar situações de vulnerabilidades a que estão submetidas. Dedes o projeto de formação em temas da comunicação, financiado em 2012 pelo CMDCA, buscamos aliar ações de comunicação popular com o esporte educacional por entende a importância dos dois temas no diálogo com crianças, adolescente e suas famílias.
A principal ação do Instituto voltada ao uso do esporte educacional é o Projeto virando o jogo que prever um conjunto de ações esportivas com ênfase nas artes marciais (Karatê, e Jiu-Jitsu), natação, futsal, voleibol de forma a contribuir com a formação integral e com a melhoria da qualidade de vida de crianças e adolescentes. O Projeto Virando o Jogo é resultado da junção dos projetos esportivos Karatê e cidadania, Tatame do Bem, Toque de letra desenvolvido ao longo dos 12 anos de atuação do instituto, acrescido das atividades de natação e voleibol.
O desporto brasileiro abrange práticas formais e não formais e tem como base os princípios dispostos no art. 2º da Lei nº 9.615, de 1998 e do decreto nº 7.984, de 8 de abril de 2013.

Saúde preventiva

A Saúde preventiva tem como objetivo prevenir doenças, retardar o desenvolvimento das que já se instalaram e minimizar futuras complicações nos pacientes.
Ao focar na prevenção de problemas com a implementação de medidas que viabilizam um estilo de vida mais saudável e adequado, é possível evitar que inúmeras doenças se manifestem. Esse contexto é fundamental em vários cenários, incluindo no âmbito das organizações da sociedade civil, independentemente do segmento de atuação.
Palestras, educativas, produção de mídias e materiais pedagógicos são algumas das ações desenvolvidas pelo Núcleo de saúde do Instituto como forma de proporcionar que o público-alvo de suas ações entre em contato direto com a questão da saúde preventiva. Entre os temas abordados nas ações e projetos do instituto, está à saúde bucal, melhoria de cobertura de vacinação, questões

de gênero, violência doméstica, prevenção do câncer do colo do útero, da mama, das doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada na adolescência, automutilação, suicídios, entre outros.

Estudo e pesquisa

O estudo e a pesquisa então fundamentos em evidências cientifica são é processos de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos e/ou aprofundar ou refutar algum conhecimento pré-existente.
Nesse contexto a produção de conhecimento é responsável pela evolução humana dentro dos parâmetros antropológicos pelos quais a conhecemos, desde os primórdios até os dias atuais. Sem ele, o ser humano demoraria muito tempo para chegar a conclusões que são comprovadas pelo método científico, conforme preconiza (SOUZA, 2008).
Neste sentido o Instituto Nós do Brejo criou o Núcleo de Estudos e Pesquisas – NEP para melhor compreender a realidade, os problemas e as tendências que caracterizam a infância, adolescência e juventude em seus diferentes contextos, como, os da família, da educação, saúde e formação social, bem como para melhor avaliar os impactos positivos de suas ações e das ações de terceiros junto as comunidades onde atua.

A Comunicação Popular e Comunitária

Para o Instituto Nós do Brejo é importante que as pessoas se percebam como sujeitos da ação e com a tomada de consciência participem da construção de uma sociedade justa, nesse sentido o intuito as ações desenvolvidas junto à comunidade são norteadas por princípios da comunicação popular que não se caracteriza como um tipo qualquer de mídia, mas como um processo de comunicação que emerge da ação dos grupos populares.
Krohling (2008, p.3) de fine comunicação popular com sendo aquela que tem sua origem nos movimentos populares dos anos de 1970 e 1980, no Brasil e na América Latina como um todo, sendo também denominada como: alternativa, participativa, participatória, horizontal, comunitária, dialógica e radical, dependendo do lugar social, do tipo de prática em questão e da percepção dos estudiosos.
No Instituto desde o nome adotamos a denominação comunicação popular e o termo meios de comunicação alternativos, ou mídias alternativas, por entender que a comunicação é um direito humano e seu acesso pode garantir o reconhecimento social e cultural de grupos e indivíduos.
Entendemos também ser necessário criar mecanismos e formas que dê voz e espaço para expor o que acontece nas periferias e comunidade rurais da cidade de Marabá a partir de quem conhece e convive nelas para empoeirar os beneficiários de suas ações na busca de soluções para as mazelas

que os assolam pelo simples fato de viver nas comunidades periféricas. Assim é preciso fomentar a criação de mídias alternativas para propagar as boas novas que coexistem em nossos territórios de atuação